quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Lei de Biossegurança

O artigo 5º da Lei de Biossegurança (número 11.105, de 24 de março de 2005), diz que "É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização 'in vitro' e não utilizados no respectivo procedimento".
O texto impõe como condições que os embriões sejam "inviáveis ou congelados há três anos ou mais, na data da publicação da Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem três anos, contados a partir da data de congelamento."

Em qualquer caso, prevê a lei, "é necessário o consentimento dos genitores." E as instituições de pesquisa e serviços de saúde devem "submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa." Também proíbe a "comercialização do material biológico"

Importante tambem lembrar que desde 2008 quando o primeiro projeto de lei foi votado em Brasilia autorizando as pesquisas com celulas tronco e que estas ainda hoje continuam poucas devido as falta de iniciativa do governo. Percebemos que a grande maioria dos estudos estão sendo realizados em parcerias com os grandes laboratorios e empresas que sabem o quanto vão lucrar com esses estudos. Infelizmente, quem sofre neste caso sempre será a população.


Francisco Fonseca

Globo Repórter Revoluções Células Tronco Nova Esperança - Sexta-feira 16-04-2010

Programa Globo Reporter com as inovações do uso das celulas tronco

Vida Melhor - Saúde: Células-tronco na Odontologia

Reportagen com o Dr Vinícius Marchiori no programa Vida Melhor apresentando as novidades nos estudos com as celulas tronco.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Japoneses conseguem fazer crescer dentes em ratos


A pesquisa representa um avanço na busca de terapias regenerativas
Pesquisadores japoneses conseguiram fazer crescer dentes em ratos adultos implantando uma espécie de semente resultante de bioengenharia na manbíbula dos roedores, uma técnica que consideram possível de realizar em outros órgãos.
Pesquisadores japoneses conseguiram fazer crescer dentes em ratos adultos implantando uma espécie de semente resultante de bioengenharia na manbíbula dos roedores, uma técnica que consideram possível de realizar em outros órgãos, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira no Proceedings of the National Academy of Science (PNAS).
Até o momento, os biólogos controlavam uma tecnologia que permitia cultivar em laboratório certos tecidos que poderiam, em seguida, ser transplantados para animais.
Mas esses pesquisadores, sob a direção do professor Etsuko Ikeda, do Departamento de Biologia da Universidade de Ciências de Tóquio, foram mais longe na terapia regenerativa conseguindo criar in vitro uma 'semente de dente' e implantá-la na mandíbula de um rato de laboratório.
Funcionando como uma semente, esta 'semente' contém toda a informação genética necessária para o crescimento de um dente.
Depois da perda dos dentes de leite e depois de nascido o dente adulto, um novo dente pode crescer pela terceira vez consecutiva no mesmo alveólo. Os pesquisadores repetiram a operação várias vezes com êxito, segundo os trabalhos.
A estrutura e a solidez dos novos dentes são comparáveis com a dos dentes naturais, e foram desenvolvidos nervos que respondem ao estímulo da dor, segundo os pesquisadores.
"Esses trabalhos oferecem pela primeira vez a prova da substituição em um corpo adulto de um órgão completo e que funciona perfeitamente graças ao transplante de um germe reconstituído por manipulação celular in vitro", enfatizou Takashi Tsuji, um dos autores do etudo.
Os cientistas envolvidos acreditam que seu trabalho "representa um avanço importante na busca de terapias regenerativas ao mostrar o êxito de uma técnica que pode ser aplicada na substituição de outros tipos de órgãos danificados, doentes ou que estejam envelhecendo: ao invés de serem trasplantados, novos órgãos perfeitamente funcionais cresceriam no corpo a partir de células-tronco ou células germinais

Fonte: (http://pt.kioskea.net/news/11595-japoneses-conseguem-fazer-crescer-dentes-em-ratos)

Paciente transplantado já fica em pé com sustentação dos membros superiores



C om pouco mais de 20 dias de tratamento na CASA (Clínica de Atenção à Saúde), da Estácio FIB, o primeiro paciente com trauma raquimedular transplantado na Bahia já fica em pé com sustentação dos membros superiores. A cirurgia ocorreu no dia 14 de abril, no Hospital Espanhol, e no dia 18 de abril o paciente foi encaminhado para o tratamento fisioterapêutico na clínica-escola do Centro Universitário.
De acordo com a fisioterapeuta, pesquisadora e fundadora da CASA, Claudia Bahia, o tratamento realizado com o paciente, que está lesionado há nove anos, é feito através da cinesioterapia (trabalho manual) e não com eletroterapia (terapia feita com aparelhos). “Já existe atividade clara em tronco inferior e membros inferiores, que permite ao paciente executar movimentos antes nem imagináveis: exercícios de dissociação de cintura pélvica, ’posição de gato‘, sedestração em bola suíça (com suporte em tornozelo) e bicicleta horizontal, com auxílio de membros superiores.

Cláudia Bahia afirma que a evolução do paciente é um passo importante nas pesquisas. “Em apenas 23 dias já conseguimos obter resultados significativos”, diz. A fisioterapeuta esclarece que disciplina é fundamental, para que sejam alcançados os objetivos, que no primeiro dia de trabalho foram estabelecidos para o paciente. “Ele é um exemplo de que, com determinação, tudo é possível”. “O paciente diz que vai sair andando, com andador, mas andando. Mantém o sentimento real de que vai conseguir”, complementa.
A pesquisa – Os primeiros testes foram iniciados no ano de 2005 e, desde agosto de 2010, 20 pacientes paraplégicos voluntários participam do projeto que tem como objetivo a recuperação neurológica. A iniciativa faz parte de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Hospital Espanhol, Hospital São Rafael e o Centro Universitário Estácio FIB.
O primeiro procedimento é realizar a coleta das células no Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC), do Hospital São Rafael. Com as células prontas para o
transplante (o que dura em torno de três a quatro semanas), o paciente é submetido à cirurgia e o passo seguinte é iniciar o tratamento de fisioterapia na clínica escola da Estácio FIB. São seis meses de tratamento na CASA, dois meses intensivos, e os outros quatro meses uma vez ao dia.
A participação do aluno – Durante todo o processo de tratamento na clínica, os alunos podem se inscrever e participar dessa iniciativa, supervisionados por professores – a coordenadora do curso de fisioterapia da Estácio FIB, Thaís Miranda, professora Nadja Maciel e pesquisadores.
Miranda afirma que a instituição possui uma clínica bem estruturada, o que é importante para que um paciente pós-cirurgia seja restabelecido. “No momento em que a Estácio assinou o convênio, abriu portas para que o aluno fizesse parte da história. Hoje, nossos estudantes já estão acompanhando o primeiro paciente após a cirurgia e, assim como todos nós, estão encantados com a reabilitação. É uma mudança de paradigma. Antigamente, não havia perspectiva para o paciente com trauma raquimedular, agora, apesar de ainda não sabermos o alcance real de toda a reabilitação, sabemos que o paciente melhora. E temos visto grandes progressos. Está sendo fantástico!”.
Segundo transplante  acontece esta semana
Para realizar o transplante, as células-tronco são retiradas do osso do quadril do próprio paciente, separadas e enriquecidas em uma solução de hormônios, e vitaminas. Na incubadora, em condições especiais de temperatura e umidade, as células-tronco se multiplicam. Elas são mantidas por até um mês (em torno de quatro semanas). Esse processo oferece aos cientistas a quantidade de células-tronco que eles necessitam para a pesquisa.
O segundo paciente fez a coleta das células dia 29 de abril, no Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC) do Hospital São Rafael, e sua cirurgia deve acontecer esta semana. Quatro dias após o transplante, o paciente pode iniciar o tratamento de fisioterapia na CASA (Clínica de Atenção à Saúde), da Estácio FIB.
“A terapia celular é uma realidade. É o primeiro caso nesse modelo no mundo. É inédito. A Bahia saiu na frente na historia e a expectativa é de crescimento, mas depende dos resultados”, afirma Claudia Bahia. A partir dos progressos dos pacientes transplantados, a equipe de pesquisadores pretende ampliar o atendimento para um grupo maior. “Todo Fisioterapeuta tem de ser cauteloso, mas otimista. Por isso já imagino que daqui a pouco poderei colocar o primeiro paciente na esteira”, complementa a pesquisadora. “Uma caminhada de mil léguas começa com o primeiro passo, então, estamos na estrada”, diz.
Ainda é possível ser voluntário
Para ser voluntário do projeto, o paciente paraplégico precisa seguir os seguintes
protocolos: a lesão não deve ter sido causada por arma de fogo, não pode ter mais de 5 cm de lesão medular, deve ter mais de seis meses e pode ter de 18 a 50 anos.
Segundo a pesquisadora, há muitas pessoas querendo ser voluntárias. Existem 20 voluntários cadastrados que realizarão o transplante e farão o tratamento fisioterapêutico na clinica-escola da Estácio FIB gratuitamente. “No momento, estamos trabalhando com pacientes paraplégicos, mas pretendemos evoluir e avaliar outros protocolos”.
Fonte:http://portal.estacio.br/(02/08/11)

Avanços e pesquisas em CT

Que avanços as pesquisas científicas com células-tronco podem trazer para a medicina?
 As células-tronco podem ser utilizadas para substituir células que o organismo deixa de produzir por alguma deficiência, ou em tecidos lesionados ou doentes. As pesquisas com células-tronco sustentam a esperança humana de encontrar tratamento, e talvez até mesmo cura, para doenças que até pouco tempo eram consideradas incontornáveis, como diabetes, esclerose, infarto, distrofia muscular, Alzheimer e Parkinson. O princípio é o mesmo, por exemplo, do transplante de medula óssea em pacientes com leucemia, método comprovadamente eficiente. As células-tronco da medula óssea do doador dão origem a novas células sangüíneas sadias.

Por que permitir a pesquisa com embriões, se as células-tronco são também encontradas em tecidos adultos?
 Porque as células embrionárias seriam as únicas que têm a capacidade de se diferenciar em todos os 216 tecidos que constituem o corpo humano. As células retiradas de tecidos adultos têm capacidade de dar origem a um número restrito de tecidos. As da medula óssea, por exemplo, formam apenas as células que formam o sangue, como glóbulos vermelhos e linfócitos.

Fonte: (http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/celulas_tronco/03.html )

PERSPECTIVAS DE APROVEITAMENTO CLÍNICO



Várias áreas da Medicina estão em período experimental de aproveitamento de células-tronco. Uma resenha das principais e mais consistentes experiências com o seu aproveitamento será apresentada a seguir:
Neoangiogênese
A formação de novos vasos sangüíneos a partir do uso de células-tronco está sendo cada vez mais evidenciada. Em revascularização de retalhos existem vários trabalhos pioneiros em andamento. No Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre, coordenado pela equipe da disciplina de Cirurgia Plástica da Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre, está aprovado pela CONEP um trabalho pioneiro de revascularização de retalhos com a utilização de células-tronco.
Cardiologia
A equipe da UFRJ desenvolve, também, trabalhos na linha de tratamento de cardiopatias, em parceria com o Hospital Pró-cardíaco, no Rio de Janeiro. Nesses estudos, foram realizados os transplantes de células-tronco adultas em 20 pacientes que aguardavam o transplante cardíaco. Do total de transplantados, 16 pacientes foram estudados por um longo prazo, demonstrando que a terapia celular trouxe consideráveis melhoras clínicas
               
Neurologia
Em 2002, foram apresentados resultados de experimentos em ratos adultos, com células-tronco isoladas do sistema nervoso central transplantadas, que apontaram a possibilidade de tratamentos futuros para doenças neurodegenerativas. Outras linhas de pesquisa com células-tronco também apresentam resultados promissores, entre elas a do tratamento de lesões traumáticas em que se utiliza uma injeção local de células-tronco medulares. Um estudo feito pela equipe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), conseguiu recriar impulsos elétricos entre a região lesada e o cérebro, pela aplicação de células-tronco medulares.
Ortopedia
As aplicações das células-tronco estendem-se, também, à engenharia biotecidual, que utiliza o rápido potencial de crescimento apresentado pelas células-tronco para a obtenção de tecidos, tais como ossos, pele e cartilagem, que são cultivados e reimplantados nos pacientes em casos de lesões. Este procedimento já é realizado no Hospital das Clínicas da UFRJ, pela equipe do pesquisador Radovan Borojevic. A equipe trabalha também em estudos envolvendo o tratamento de grandes lesões ósseas, as quais não têm possibilidade de regeneração espontânea. Nesses casos, são utilizadas células-tronco medulares injetadas em matrizes ósseas humanas, que permitem que as células-tronco se diferenciem em células ósseas, promovendo a regeneração do tecido lesado.
Endocrinologia
Estudos têm sido realizados em pacientes com diabete tipo 1. Essa doença é causada pela redução de disponibilidade ou perda de sensibilidade à insulina, hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue e é secretado pelo pâncreas. A partir de células pancreáticas de órgãos doados, os pesquisadores conseguiram a maturação in vitro de células-tronco de ilhotas. Dos 38 pacientes que se submeteram ao transplante, após um ano, 33 estavam livres da terapia com insulina. São relatos isolados entretanto de extraordinária importância se for analisada a possibilidade de cura dessa doença. Fica clara a necessidade de cautela no entendimento destas extraordinárias possibilidades de uso.

As mil e uma utilidades das células-tronco


por Fernanda Marques

No Brasil, existem seis milhões de pessoas com doença de Chagas. Em 30% dos casos, os pacientes desenvolvem uma inflamação crônica no coração e a insuficiência cardíaca leva os indivíduos à morte em dez anos. Em média, a sobrevida é de apenas um ano para quem já tem a doença nos níveis 3 ou 4 (os mais avançados), a não ser que os pacientes consigam um transplante de coração, procedimento ao qual a maioria não tem acesso. De 18 de junho de 2003 a 10 de outubro de 2004, 25 chagásicos que estavam à espera de um transplante cardíaco foram submetidos a um outro tipo de transplante: o de células-tronco. A doença regrediu para os níveis 1 ou 2 e se mantém estabilizada na maioria dos pacientes, que voltaram a ter uma vida ativa e normal. Três pacientes faleceram meses após o transplante de células-tronco, não por causa deste procedimento, e sim devido a complicações relacionadas à própria doença de Chagas. O tratamento com células-tronco, como qualquer outro, não funciona sempre. Contudo, seu índice de sucesso chama a atenção, sobretudo quando se leva em consideração que, caso nada tivesse sido feito, não haveria esperança para nenhum paciente. A doença de Chagas não tem cura e os medicamentos hoje disponíveis ainda são tóxicos.

Entenda melhor a utilização de Células Tronco em Odotologia

CÉLULAS TRONCO EM ODONTOLOGIA
Células-tronco são células que podem se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo.As células-tronco podem se dividir em embrionárias (com capacidade de se transformar em praticamente qualquer célula do corpo, com exceção da placenta, sendo encontrada somente nos embriões), e as células-tronco adultas (com capacidade de transformação limitada, em geral restrita ao tecido de onde se originam). A obtenção de tecidos ou órgãos a partir de células tronco denominamos de bioengenharia. A odontologia tem sido uma das pioneiras dentro da medicina e uma das que mais pesquisam nesta área.
Para que a bioengenharia seja possível, é essencial um conjunto formado por células-tronco, uma matriz que funcione como arcabouço para o desenvolvimento do novo tecido ou órgão e de proteínas, denominadas fatores de crescimento, como estímulo para diferenciação celular.
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Células-tronco adultas tem sido isoladas de vários tecidos do corpo humano, incluindo células que constituem os dentes. Células semelhantes à da medula óssea tem sido obtidas da polpa de dentes decíduos (de leite) humanos, possuindo a capacidade de transformação em diferentes tipos de células, como células ósseas (osteoblastos), células gordurosas (adipócitos), células musculares e células nervosas (neurais).celulas_tronco_02
Alguns pesquisadores como Shi e colaboradores em 2005, utilizando polpa dentária extraída de terceiros molares humanos, detectaram a presença de células-tronco, as quais foram capazes de se transformar em células dentais (odontoblastos) produtoras de dentina. Com a intenção de desenvolver métodos de reposição de dentes humanos extraídos, Duailib e colaboradores em 2004, conseguiram regenerar coroas dentárias de ratos utilizando técnicas de engenharia tecidual. As células foram cultivadas em laboratório, colocadas em moldes com formato de dentes de rato, e implantadas no abdômen desses animais. Após 12 semanas, contatou-se que os moldes haviam sido absorvidas pelo organismo e formado dentes.
O passo seguinte será induzir o crescimento de dentes em seu devido lugar.
Com o progredir das pesquisas nesta área, num futuro próximo, a reconstrução e construção de dentes vivos e gengiva a partir de células-tronco será plenamente possível.

Fonte: http://www.institutosmile.com.br/index.php/entenda-melhor-a-utilizacao-das-celulas-tronco-em-odontologia/

Célula do dente volta a fase "embrionária"

A partir de agora, pais e dentistas terão concorrência pelos dentes de leite das crianças. Cientistas brasileiros conseguiram usar a polpa desses dentes para criar células-tronco que podem dar origem a qualquer outra do corpo humano.O grupo fez células-tronco adultas do dente regredirem até um estágio pluripotente induzido (ou iPS, em inglês), que tem propriedades semelhantes às das versáteis células-tronco embrionárias.Grosso modo, é como se eles pegassem uma célula de árvore e a fizessem voltar ao estado que tinha na semente -capaz de originar qualquer parte da planta.Como um dos principais objetivos do trabalho é tratar crianças com autismo, o fato de o método ser não invasivo é uma grande vantagem. Colher sangue ou fazer uma biópsia pode ser um processo muito traumático para os pequenos, além de trabalhoso para os médicos.
Muitos pesquisadores estudam iPS de células da pele. Como elas são mais expostas à luz, a contaminantes e outros causadores de mutações, sempre há riscos de que as células derivadas possam acabar comprometidas.


Com os dentes de leite, que ficam "escondidos" na boca, esse risco é menor. Além disso, essas células dentárias chegam a um estágio pluripotente pelo menos na metade do tempo que a maioria das outras.Isso faz com que os cientistas possam acelerar o trabalho e também reduzir o custo, uma vez que o meio de cultura é caro. Cerca de R$ 1.500 por 500 ml.Para a líder do trabalho publicado na revista "Cell Transplantation", Patrícia Beltrão Braga, da USP, o tempo menor tem a ver com as próprias características das células da polpa do dente."Essas células têm em sua superfície algumas proteínas que também estão nas células embrionárias. Isso nos fez levantar a hipótese de que a reprogramação poderia ser mais rápida e eficiente."
MEMÓRIA
Há indícios de que as células iPS, apesar de se tornarem versáteis, ainda guardam alguma "memória" de seu tecido original.Isso pode se revelar inesperadamente útil no caso das células dentárias, porque elas têm semelhanças com as do sistema nervoso."Ainda é muito cedo para dizer se isso acontece mesmo. Mas já há indícios de células neurais, exatamente as que queremos", conta ela.Stevens Rehen, da UFRJ, que não participou do trabalho, acha que a redução do tempo pode dar mais competitividade ao grupo. "Também indica que, felizmente, vivemos um excelente momento para as pesquisas com iPS no Brasil."
Ainda não há previsão de quando terapias com iPS poderão chegar ao público.

por GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/891060-celula-do-dente-volta-a-fase-embrionaria.shtml

Células-tronco de dentes de leite tratam lesão ocular

Polpa dentária
Células-tronco originárias da polpa do dente de leite podem curar deficiências visuais. É o que mostra a pesquisa realizada pela biomédica Bábyla Geraldes Monteiro, do Instituto Butantan.O trabalho avaliou a eficácia da atividade de células-tronco retiradas da parte interna de dentes de leite ao tratar uma lesão na região límbica dos olhos. "É o espaço entre a parte colorida e a parte branca do globo ocular", explica a pesquisadora. O procedimento adotado busca reconstruir a córnea para, assim, restaurar a visão. A Universidade de São Paulo (USP), à qual o Instituto Butantan está ligado, anunciou recentemente a criação de um laboratório para produzir células-tronco a partir de dentes de leite. 
Cultivo de células-tronco
A partir de setembro, a técnica começará a ser testado em humanos, em parceria com o Instituto da Visão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em um primeiro momento os testes serão aplicados em um grupo de pacientes voluntários que já passaram por cirurgia e não obtiveram resultados satisfatórios, não podem receber enxertos de tecido e não apresentam quadro infeccioso. Os testes devem demorar seis meses e, caso a técnica apresente resultados satisfatórios, poderá ser disponibilizada para a população.
A pesquisa, até aqui feita em coelhos, partiu da indução de uma lesão clínica no animal. Essa lesão é perceptível quando, na superfície do olho lesionado, enxerga-se uma marca esbranquiçada.
Para tentar curá-la ou atenuá-la, as células da polpa dos dentes foram cultivadas dentro de uma estufa, com um polímero biodegradável que reagia à variação de temperatura.
Ao retirar essas células do calor, a temperatura do conjunto diminuía e o polímero se soltava da placa de cultura, com as células-tronco aderidas a ele. "Assim, era possível transferir essa membrana para o olho lesionado."
Constatou-se que no período de duas a três semanas após o procedimento, a córnea apresentou diminuição do aspecto esbranquiçado que evidenciava a lesão. "Quando a lesão clínica era mais leve, houve maior melhora. As lesões mais graves apresentaram transparência parcial da córnea", aponta Bábyla. Passados cerca de três meses, a reversão do quadro foi praticamente total nas lesões menos graves.
Transplante sem rejeição
A biomédica enfatiza a magnitude do projeto ao lembrar que essa forma de transplante não apresenta rejeição. "Pessoas que sofreram lesões na região límbica por trauma, queimaduras térmicas ou químicas ou até as que realizarão um transplante de córnea em que houve rejeição poderiam ser tratadas."
O reconhecimento internacional da pesquisa já conduz Bábyla para a tese de doutorado, que trabalhará o mesmo assunto. Um dos temas abordados será o aperfeiçoamento dos procedimentos de reversão dos casos mais graves.
A pesquisa foi orientada pela bióloga e química Irina Kerkis, do Instituto Butantan, e teve o acompanhamento de oftalmologistas e pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além da equipe do Laboratório de Genética do Instituto Butantan

Rafaela Carvalho - Agência USP
Fonte:http://sciencetolife.com.br/news.php?article=celulas-tronco-dentes-leite-lesao-ocular&id=5632
 

Dente de leite ajuda recuperar a visão

Uma nova técnica desenvolvida no Brasil pode ajudar a recuperar a visão a partir de uma fonte surpreendente: a polpa do dente de leite. De lá são retiradas as células tronco  e uma equipe de pesquisadores em São Paulo já começou a testar em humanos.  É a pauta do ESPAÇO ABERTO – CIÊNCIA & TECNOLOGIA / GLOBO NEWS.  O correspondente Luis Fernando Silva Pinto informa que nos Estados Unidos há uma técnica diferente, mas que tem o mesmo objetivo: fazer os olhos verem com mais clareza. O avanço da Ciência, entretanto, vem superando limites da fantasia. Descobre nos dentes de leite utilidades que nem as fadas poderiam criar. Esperança para resolver problemas de visão, que afetam milhões de pessoas no mundo inteiro. Dente e olho, difícil encontrar estruturas mais distintas no corpo humano. Uma dura, resistente, com a função mecânica de triturar e esmagar; a outra, macia e delicada, preparada para filtrar os diferentes matizes da luz. Mas é nas jovens células do interior dos dentes de leite que um cientista brasileiro está encontrando elementos para devolver saúde a olhos que perderam a capacidade de enxergar. São células tronco da própria pessoa. E, portanto, sofrem menos rejeição quando implantadas. E  podem se desenvolver como células de outras partes do corpo. O repórter Ricardo Lessa mostra um laboratório em São Paulo que as células extraídas dos dentes de leite são induzidas  a produzir células de córnea. Uma pesquisa pioneira no mundo e uma nova esperança para quem tem cegueira nos dois olhos. Quem explica em entrevista como funcionam as pesquisas e finalidades é o Dr. José Álvaro Pereira Gomes, diretor do Centro Avançado de Superfície Ocular da Universidade Federal do Estado de São Paulo - Unifesp. As células que são extraídas dos dentes de leite implantadas em uma região especial do olho afetado, chamada “limbo”. O Dr. José Álvaro trabalha em cima desta pesquisa há mais de dez anos.  A grande dificuldade dos médicos oftalmologistas é conseguir reverter um problema quando ele afeta os dois olhos dos pacientes, vítimas de doenças, queimaduras ou outros acidentes.  Uma vantagem adicional da pesquisa com as células tronco dos dentes de leite é que a patente é nacional, registrada pelo Instituto Butantã de São Paulo. Um trabalho que foi premiado em congressos internacionais de oftlamologia. Os resultados obtidos pela equipe brasileira serão apresentados no mês de outubro no Congresso da Academia de Oftalmologia dos Estados Unidos. E para a professora Nady Gloestaneh, bióloga molecular em Georgetown,  em poucos anos, a coleta de células de nosso próprio corpo para a cura dos nossos próprios males vai ser algo comum. Ela dá longa entrevista ao correspondente Silva Pinto, nos Estados Unidos, que ainda informa que com a criação das novas células embrionárias, a perspectiva é de uma Medicina nova, regenerativa.

Mais informações: http://www.globonews.com.br/

Dente do Siso, células-tronco e um brasileiro!


Uma pesquisa sobre o dente do siso ou terceiro molar, nome mais correto, conclui que este dente  é uma importante reserva de células-tronco, que podem originar tecidos e regenerar partes do corpo afetadas por diversos tipos de doença. Esta pesquisa é do Instituto Nacional de Indústria Científica Avançada do Japão publicada no The Journal of Biological Chemistry.
Porém, os estudos com células-tronco não são tão recentes, e utilizando o dente do siso também não. Desde 2007, um dentista e pesquisador especializado em Biologia Celular e Terapia Genética pela Unifesp Dr Vinicius Marchiori transforma células do dente do siso em células de osso, para regenerar osso da boca ou em qualquer parte do corpo! Com a ajuda do laser este processo pode ocorrer mais rapidamente e com a modificação genética destas células produzir osso em maior quantidade.
São profissionais da saúde brasileiros se destacando-se mundialmente também na área científica, é uma pena não ser tão valorizada por nossas autoridades.

Fonte:
  • Revista Viva Saúde
  • ODA,Y.; YOSHIMURA,Y.;OHNISHI, H.; TADOKORO, M.; KATSUBE, Y; SASAO, M.; KUBO, Y.; HATTORI, K.; SAITO, S.; HORIMOTO, K.; YUBA, S.; OHGUSHI, H. Introduction of pluripotent stem Cells from Humam Third Molar Mesenchymal Stromal Cells  The Journal of Biological Chemistry

Entrevista com a Drª Mayana Zatz

E as pesquisas com CT de polpa dentária?
O trabalho liderado pela Dra. Maria Rita e Dra. Daniela mostrou em modelos de ratos que elas são muito eficientes na reconstrução óssea. Por outro lado, elas não parecem tão boas como as do tecido adiposo para formar músculo. Além disso, elas têm se mostrado muito importantes para derivar células neuronais de pacientes com síndromes neurocomportamentais como a síndrome de Angelman e de Prader-Willi (sob a coordenação da Dra. Celia Koiffmann) e ajudar a desvendar os mecanismos responsáveis por essas síndromes.
Quem quer guardar as células-tronco de dentes de leite?
O Genoma tem recebido muitas solicitações de pessoas querendo que guardemos as CT da polpa dentária de seus filhos em um banco. São de crianças que têm familiares com alguma doença genética, ou pessoas que não tem nenhum problema mas que decidiram não congelar o cordão umbilical de seu bebê ao nascimento. Por enquanto, são só para pesquisas. Mas as pessoas ficam felizes quando digo. Se você não congelou o cordão não se preocupe, você pode obter CT dos dentes de leite do seu filho. E são vários. Além disso, você pode tranqüilizar seu filho: só queremos a polpa do dente. Não vamos competir com a fadinha do dente.

http://veja.abril.com.br/blog/genetica/sem-categoria/bancos-de-celulas-tronco-cordao-umbilical-e-polpa-dentaria/

Entrevista com o Dr Paulo Ponte sobre o uso das CT - Células tronco


O PERIODONTO: O que são células-tronco?
Dr. Paulo Pontes - São células com capacidade de se diferenciar em variados tecidos. Podem ser adquiridas em fase embrionária ou adulta,sendo as últimas as de menor capacidade de diferenciação. Utilizam-se as células - tronco adultas para composição de um tecido desejado.
Como podem ser utilizadas em odontologia?
Nos estudos que estão sendo desenvolvidos por inúmeros colegas de todo o mundo foram utilizadas somente as células que eram capazes de se diferenciar em tecidos mineralizados (dentes, osso e cartilagem). Ainda não existe uma metodologia para a manipulação e para a utilização desses elementos em nível de ambulatório. Assim, elas ainda não podem ser utilizadas diretamente na prática da odontologia. Os estudos iniciais foram, inicialmente, realizados em porcos, na Universidade de Harvard em conjunto com o Forsythe Institute/EUA. Por fim os experimentos foram praticados em cobaias de ratos, como aqui na UNIFESP aonde devemos destacar o empenho dos colegas Drs. Silvio e Monica Duailib na área das pesquisas odontológicas associadas ao tema.
O intuito das primeiras experimentações foi o de manipular modelos de animais que pudessem apresentar  semelhanças genéticas com os seres humanos, levando em conta suas condições de respostas fisiológicas e imunológicas.
Atualmente, qual o estágio da utilização das células tronco em odontologia ?
Já conseguimos a formação de elementos dentais através do desenvolvimento de células-tronco adultas colhidas da polpa dentária. Foram feitas culturas de células e colocadas em um modelo biológico. Em seguida, essas células foram implantadas em mandíbula e mento de ratos esperando o desenvolvimento dos elementos dentários. Não vai demorar para termos a aplicação em humanos.
Primeiro utilizaremos células humanas e aplicaremos em animais, de maior compatibilidade biológica com a nossa espécie, afim de se acompanhar o desenvolvimento desse experimento.Esta parte já esta sendo realizada no Brasil.Em seguida, esta implantação seria realizada em humanos nos quais se pretende que sejam selecionados dentes inclusos que apresentem indicação de extração para serem colhidas estas células-tronco a serem destinadas para a confecção de elementos em regiões bucais que necessitem da reposição de um elemento ausente.
Qual a previsibilidade na obtenção de elementos dentais perfeitos que contenham esmalte, cemento, ligamento periodontal e uma perfeita adaptação
aos tecidos periodontais?

Em sete a dez anos esperamos uma aplicação prática e efetiva nesse sentido. Na Inglaterra e na Alemanha já se trabalha com células-tronco de origem embrionária. Tanto as pesquisas brasileiras, como as realizadas na Europa, foram recentemente publicadas no Journal of Dental Research. O tempo médio para a formatação do dente completo seria de aproximadamente quatro meses.
Os dentes geneticamente desenvolvidos poderiam ser implantados, colocados na intimidade do tecido ósseo para o posterior tracionamento ou poderiam erupcionar normalmente?
Pelo que estamos observando até aqui, após a colocação das células-tronco em um modelo para desenvolvimento,a estrutura decorrente (geneticamente desenvolvida) seria implantada no local desejado. A partir desse estágio o órgão dentário poderia se desenvolver como um elemento jovem até sua aparição (erupção) junto do sítio desejado. Assim, ele  seria implantado na forma de um germe dentário, se desenvolvendo até uma estruturação final que disponha de cemento, esmalte e de ligamento periodontal bem semelhante a estrutura original.
Como poderemos nos assegurar de que determinado tipo de dente irá se formar? Seja um molar,um incisivo ou um canino, por exemplo?
O próprio organismo reacionaria, através de um mecanismo de interativo, com a matriz originária das células- tronco, afim de que ocorra a formação de um elemento o mais próximo do normal.
Isto significaria o fim dos implantes de titânio?
Ainda não. Mas, a sua indicação será diminuída, uma vez que conseguiremos
reabilitar pacientes com estruturas dentais completas. Todavia, devemos ter pacientes com um organismo saudável e uma estrutura de base suficiente para o desenvolvimento desse trabalho. Nessa fase preliminar, a mais importante constatação dos estudos é a possibilidade de integração médico-odontológica, já que utilizando a engenharia genética notamos que a mesma técnica que vem sendo desenvolvida para a formação de novas estruturas dentárias,esta servindo para a obtenção de tecidos de outras áreas do corpo - como a laringe e a traquéia - por exemplo.Podemos considerar esse tema das células-tronco uma grande inovação que irá marcar a história das ciências da saúde ao longo do século XXI.




FONTE: http://www.sobrape.org.br/jornal/084_jul_set_2004/ava_cientifico/ava_cientifico.html