quarta-feira, 19 de outubro de 2011

As mil e uma utilidades das células-tronco


por Fernanda Marques

No Brasil, existem seis milhões de pessoas com doença de Chagas. Em 30% dos casos, os pacientes desenvolvem uma inflamação crônica no coração e a insuficiência cardíaca leva os indivíduos à morte em dez anos. Em média, a sobrevida é de apenas um ano para quem já tem a doença nos níveis 3 ou 4 (os mais avançados), a não ser que os pacientes consigam um transplante de coração, procedimento ao qual a maioria não tem acesso. De 18 de junho de 2003 a 10 de outubro de 2004, 25 chagásicos que estavam à espera de um transplante cardíaco foram submetidos a um outro tipo de transplante: o de células-tronco. A doença regrediu para os níveis 1 ou 2 e se mantém estabilizada na maioria dos pacientes, que voltaram a ter uma vida ativa e normal. Três pacientes faleceram meses após o transplante de células-tronco, não por causa deste procedimento, e sim devido a complicações relacionadas à própria doença de Chagas. O tratamento com células-tronco, como qualquer outro, não funciona sempre. Contudo, seu índice de sucesso chama a atenção, sobretudo quando se leva em consideração que, caso nada tivesse sido feito, não haveria esperança para nenhum paciente. A doença de Chagas não tem cura e os medicamentos hoje disponíveis ainda são tóxicos.

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